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  • Foto do escritorDiário de Caucaia

Os 90 anos de Silvio Santos, o apresentador do Brasil

Silvio Santos é carioca e começou a treinar o alcance da voz na juventude, como camelô, vendendo bugigangas na barca Rio-Niterói. Hoje, tem mais a cara de São Paulo, onde se estabeleceu e, nos anos 1970, fundou o SBT, antiga TVS. É lá que grava o longevo “Programa Silvio Santos”. Na plateia estão sempre as “colegas de trabalho”, vindas de cidades vizinhas e com os sotaques locais. Sua voz, aos 90 anos (o aniversário é neste sábado, 12), continua a mesma.


Quem cresceu nos anos 1970 se lembra de um quadro em especial, o “Boa noite, Cinderela”. Na dramaturgia da atração, tudo caminhava para o clímax, quando uma menina anônima ficava num trono, usando um manto de princesa, no alto de uma pilha colossal de bonecas. Era a expressão máxima do assistencialismo barato. Muitos simbolismos estavam ali, acrescidos de uma dose de apelo emocional que falava diretamente ao público das classes C e D. A exploração da miséria ainda é uma tática dele. E fica evidente quando grita: “Quem quer dinheiro?”, convocação invariavelmente atendida pelas “colegas de trabalho”, que se acotovelam para pegar os aviõezinhos de cédulas. Ninguém nega que Silvio seja o maior apresentador de auditório do Brasil, um comunicador de mão cheia.



Não importa quem estiver no seu palco, a atração principal sempre será ele. Segue falando para multidões, fazendo piadas e dando aquela inconfundível gargalhada. Muito do que ele inventou está presente em outros auditórios. É verdade que várias dessas criações envelheceram mal. Mas, quando isso aconteceu, Silvio já tinha conquistado um lugar de honra na História da televisão brasileira.


Fonte: O Globo

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